De olho no rio

Data: 27/08/2010 | Hora: 15:52 | Por: Leonardo Rodrigo


Todo ano é a mesma coisa. Com a chegada do inverno, pessoas que moram nas margens de rios ficam apreensivas com a possibilidade de elevação do nível das águas. Em 2010 cidades da mata sul do estado foram castigadas e algumas delas quase que foram dizimadas do mapa. Em Moreno, o nível do Rio Jaboatão subiu aproximadamente 4,5 metros, invadiu algumas casas e deixou prejuízos. Mas nada comparado com 2005.

Com base em relatórios, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou aos municípios atingidos que adotassem medidas para que novas construções fossem proibidas às margens dos rios. As edificações destruídas na cheia já estavam em situação irregular, de acordo com o Código Florestal. Isso seria um dos motivos que levou o Ministério Público a tal recomendação.

Em Moreno a situação não é diferente. Basta andar pelas margens do Rio Jaboatão, ou pelo menos por onde der para andar, para ver as irregularidades. É público e notório a situação de algumas construções, onde muitas delas estão literalmente dentro do rio. Contrariando até uma placa da própria Prefeitura Municipal onde cita a faixa de proteção os 50 metros da margem do rio, previsto no Código Florestal. Segundo o MPPE tal construção só poderá ser autorizada por órgão ambiental competente, fundamentado em parecer técnico.

A importância da preservação dessas áreas vai além da proteção do solo ou da biodiversidade. Existe um cuidado na fluidez da água durante chuva forte, que deverá correr com o mínimo de obstáculos possível. Evitando assim acúmulos e enchentes. A recomendação do MPPE foi publicada no dia 19 e dá prazo de 30 dias para que as medidas sejam adotadas.
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