Nem o padre escapou

Data: 01/08/2008 | Hora: 12:36 | Por: Leonardo Rodrigo


Assim como faz em todo ano eleitoral, a Associação Municipal dos Agentes Comunitários de Saúde do Moreno promoveu a primeira de três reuniões com os candidatos a prefeito da cidade. Segundo a direção da Associação, o encontro é realizado para que a categoria possa ouvir as propostas de cada candidato, e para que também contribua na elaboração de um plano de governo.

A primeira reunião aconteceu na noite da última quarta (30/07) no salão paroquial da Igreja Matriz. O primeiro convidado foi o prefeito e candidato a reeleição Edvard Bernardo. Durante a reunião, na qual estavam presentes aproximadamente 80 agentes, pessoas ligadas a Frente Popular do Moreno invadiram o local em busca de algum tipo de flagrante eleitoral. Segundo um dos presentes que não quis se identificar: "parecia que estavamos fazendo algo de errado. O rapaz mandava o outro filmar todos. Fiquei constrangida com a situação", desabafa a testemunha.

De acordo com Nilton Barboza, tesoureiro da Associação "fazemos esse tipo de reunião todo ano eleitoral. Queremos ouvir as propostas de cada um para nossa categoria". Segundo ele a reunião aconteceu no salão paroquial por que a Associação não tem sede própria. E diz que ficou surpreso com a invasão do local por parte dos integrantes da coligação adversária. "Não comentemos crime nenhum!", completa o tesoureiro.

Antes mesmo da invasão, um outro fato que ocorreu foi ainda mais infeliz. Testemunhas integrantes da pároquia, afirmam que os invasores identificados como Vitor Mendonça, Neto e Fábio Javinsk abordaram o padre Maurício Diniz, e, de forma agressiva, e com a uma câmera na mão, queriam que o padre confirmasse que o que estava ocorrendo no salão era uma reunião política. Diante da negativa do padre e da insistência do pessoal, uma das testemunhas resolveu intervir. Carlos Eduardo disse que foi em defesa do pároco que estava sendo intimidado. Segundo Carlos, nesse momento ele começou a bater boca com Fábio deixando o clima ainda mais tenso. " Eles não tiveram o menor respeito pelo padre Maurício. Queriam que ele afirmasse uma coisa que já estava negando", afirmou Carlos Eduardo.

Devido ao ocorrido, a presidente da Associação, Edjane Cabral, resolveu registrar um Boletim de Ocorrência (BO) na delegacia da cidade. No BO, de número 08E0111001309, a presidente narrou o acontecido e pediu providências para que fatos como esse não ocorra novamente. Mesmo com o incidente, a Associação irá marcar as reuniões com os outros dois candidatos.

Por outro lado, Vitor Mendonça, que é advogado da coligação da Frente Popular, e estava presente no ocorrido, nega as versões dadas. De acordo com ele, na quarta-feira ele recebeu uma denúncia da tal reunião política que ocorreria naquela noite. "Se isso realmente fosse verdade, seria caracterizado o crime eleitoral", afirma Vitor. Ele ainda relata que foi procurar falar com padre para saber se o mesmo sabia do conteúdo da reunião. Ao ser indagado sobre a possivel finalidade política daquele encontro, o padre afirmou desconhecer totalmente do que estaria ocorrendo lá dentro. Foi nesse momento que Vitor afirma ter sido abordado por Carlos Eduardo, que de maneira agressiva, queriam expulsá-los de lá.

Depois de apaziguar os animos, Vitor afirma que tentou entrar no salão, mas tinha sido barrado por duas pessoas na entrada. "Nesse momento tive que dizer que não tinham razão para me barrarem, e que iria filmar o fato. Foi daí que conseguimos entrar no local", completou Vitor. Lá dentro, ele diz ter registrado o prefeito falando para as pessoas. Mas que devido a solicitação de alguns presentes, terminou deixando o local.

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