O prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes (PSDB), decidiu cobrar os prejuízos provocados pelo Lixão da Muribeca, já desativado, às prefeituras do Recife e Moreno. Ele encaminhou hoje ofícios aos prefeitos João da Costa (PT) e Edvard Bernardo (PMDB) sugerindo uma reunião entre os três gestores.

Para o tucano, os investimentos para remediar o lixão devem ser proporcionais aos resíduos depositados por cada município no local. Esse critério, segundo ele, respeita o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público.

"Respeitando-se a proporcionalidade, o Recife entraria com a maior parcela de recursos", estimou Elias Gomes. A capital pernambucana arcaria com 73% dos gastos, enquanto Jaboatão dos Guararapes entraria com 24% e Moreno com 3%.

A preocupação inicial é com o chorume, líquido escuro formado pela pela infiltração da água das chuvas e decomposição do lixo. Os 95 hectares do lixão produzem 2,5 litros de chorume por segundo. São 216 mil litros diariamente.

O gerente de Meio Ambiente de Jaboatão, Rodolfo Aureliano, lembra que o chorume é dez vezes mais ativo do que o esgoto doméstico na retirada de oxigêncio da água dos rios. "Por onde o líquido passa morrem animais e a vegetação", assegura.

Edvard Bernardo assegurou que vai participar da reunião e que seu município deve arcar com a parte que lhe é devida. O lixo de Moreno, segundo o prefeito, foi depositado na Muribeca nos últimos três anos de funcionamento do lixão, que durou 25 anos.

Em Brasília, o prefeito João da Costa ainda não tinha conhecimento do teor do ofício encaminhado por Elias Gomes até o começo da noite. A expectativ a do tucano é que reunião com os prefeitos do Recife e de Moreno ocorra até 15 de setembro.